O amor não dá de comer

O amor não dá de comer,
Tantas vezes faz o contrário.
Entristece e tudo sabe a nada
Emudece e tudo é vazio.
Portas abertas e, ainda assim,
Sensação de casulo inerte.
Bate as asas num segundo
No seguinte, moribundo, se despede.
O amor consome até ao tutano,
Qualquer paixão emagrece.
E pouco resta no final do dia
Além do esquelético vulto:
Dança, dança, saco de ossos
Amas o amor, que absurdo!