Sondagem: toca a responder

E como já tinha algumas saudades de me dedicar um bocadinho ao blog coloco ao vosso dispôr uma área de sondagem... Para darem a vossa opinião acerca de assuntos actuais, mais supérfluos ou mais sérios.

Comecemos com uma questão light adequada à quadra natalícia.

Pródromo

Entrei no meu blog como se fosse uma visitante anónima.
Espantei-me com a trégua de mensagens e com a estagnação das ideias.

Talvez seja esta preguiça de férias que me faz parar no tempo e no espaço, negligenciando algumas pequeninas coisas que, usualmente, fazem parte do meu dia a dia.
Mesmo agora que escrevo sinto as pálpebras pesadas, o apelo das coisas supérfluas e sedentárias, um desprezo repulsivo pelos deveres de estudante.

Estou numa fase tonta em que as pessoas me entediam com o seu consumismo desenfreado, a sua impaciência e a sua falta de tacto. Estou naquele interregno social em que consulto essencialmente o sofá, a almofada e um livro ou outro para me confortar das vicissitudes da vida.

É talvez aquele pródromo de final de ano em que pesamos os momentos passados na balança deturpadora do Superego e alinhavamos com cuidado e maior ou menor realismo os projectos para o futuro.

O certo é que é urgente algum dinamismo senão acabarei eventualmente por me afundar neste profundo tédio intelectual, enfeitado ainda com luzinhas coloridas e gorros vermelhos, enroscado na poltrona com a camisolinha nova, deliciando-se com um dos trezentos doces disponíveis e trauteando o "Jingle Bells".

A todos

Por esta janela virtual manifestei as minhas emoções, as minhas ideias e as minhas convicções durante todos estes meses... Hoje devo mais uma vez usar o meu blogue para chegar a todas as pessoas de quem gosto e que, dia após dia, lêem as minhas palavras:

FELIZ NATAL!
***Que o nosso espírito se encha de luz!***

Segunda tentativa lol


Vamos lá ver se este novo template se aguenta até 2009!!

Eu gostava...

Eu gostava de abrir novamente o dossier cor-de-rosa e imbuir-me de profundíssimos conhecimentos pediátricos...

Eu gostava de não estar constipada, de não ter dores de cabeça e de sentir algum conforto interior pelo simples facto de ter o aquecimento ligado e um monte de mantas à disposição...

Eu gostava de ter aquela capacidade rara de memorizar tudo aquilo em que coloco os olhos, independentemente da hora do dia ou da noite...

Eu gostava de acreditar em momentos de inspiração que, mesmo na mais negra das ignorâncias, me permitissem saber a resposta certa no momento exacto...

Eu gostava que hoje já fosse amanhã e que, no fundinho da minha alma, já me sentisse de férias.

A minha mensagem de Natal

Hoje, dia 13 de Dezembro de 2008, escrevo para vós este poema:

Triste, percorro a minha memória
Em busca do erro que me fez explodir.
Revejo a conduta alheia, as injustas frases
Todos aqueles olhos vazios e desinteressados.

Não caiam nessa armadilha infame
De elevar aos píncaros o próprio umbigo.
Se dar as mãos já não significa nada
Enterrem a cabeça na areia e não contem comigo.

Olhos vazios reflectem e não amam,
Reflectem e não se projectam além do óbvio.

Essa imagem distorcida de si,
Que se acomoda na hierarquia a milhas de tudo o resto.
Sem remorsos, imune ao protesto.
Como se confiar fosse a fraqueza dos tontos,
Daqueles que chegam a casa e escrevem poemas.

Dói-me a cabeça mas escrevo, não me apetece mas escrevo
Tenho mil tarefas por cumprir, mas escrevo
Gostava de estar noutro sítio, mas escrevo.
Escrevo porque ainda não perdi a esperança.

Este barrete gigante onde, no fundo, todos cabemos
É vermelho-vivo e pisca, acreditem.
A disponibilidade dos outros não é uma superfície macia
Onde apoio tranquilamente as mãos para fazer salto ao eixo.

O compromisso não é uma pluma leve,
Que o vento do capricho leva para onde lhe aprouver.
As más desculpas deixam um negríssimo rasto de fumo
Muito difícil de engolir mas muito fácil de ver.

Perdoem a minha sinceridade.
Não me excluo de nada do que escrevi.

Quando a minha voz se elevar pelos degraus de gente
Gostava de sentir que falo por todos.

Intermitências

O dia corre.

Imparável, como se desesperasse por chegar ao fim. Atrasado para chegar a amanhã, empurrando os ponteiros com força em direcção ao futuro.

No metro cruzamo-nos todos, enquanto corremos lado a lado com o avançar das horas, temendo tropeçar uns nos outros ou em nós próprios.

Em lado algum como ali a vida é uma sucessão de acções, seguidas das inevitáveis reacções. Nada é estático. Num segundo, dezenas de vidas numa meia dúzia de metros quadrados.

Tudo é causa e efeito de alguma coisa.

Desafio à tolerância. Afogados na pressa, disparamos palavras duras. No desespero de chegar mais rápido pisamos, empurramos, afastamos, praguejamos.

Dói-me a cabeça. Fotofobia de ter-me sentido também eu intolerante. Pequenina marioneta do tempo expedito e arrogante.

Agora tenho sofá e manta quente.
Até amanhã!

Natal

Pertinho da árvore de Natal.

Os meus olhos pousam, gentilmente, nas pequenas letras. As minhas mãos, já tão hábeis na arte de sublinhar, disputam tons de marcadores e realçam frases feitas.
Uma constelação de luzes, intermitentes na sua cintilância, reflectem-se na superfície opaca e branca das folhas de papel.

A árvore embala aquele Natal doce que eu já sentia em mim há alguns dias.

A casa encheu-se de dourados, de vermelho-fogo e de brilho. Pela noitinha, o Natal é mais Natal.
Uma eterna melodia de fundo dança no interior da minha mente, move-se num sublimiar de compreensão que explode de quando em vez, na ponta incandescente do iceberg, e me faz sorrir.

O Natal trouxe-me uma prenda. Ainda não sei bem qual é, mas sei que trouxe.




Template Novo... Caput!!

Pois é... para os menos atentos ou menos assíduos informo que o meu novo e adorado template desapareceu magicamente há dois ou três dias sem que nada o fizesse prever e sem que eu tenha percebido porquê. As tentativas sucederam-se com o objectivo de o recuperar, mas sem sucesso. Esse tempo inútil e desesperante reflectiu-se na carência de posts que, tristemente, têm presenciado.

Mas pronto, como nisto dos blogues o conteúdo é mais importante do que a forma, regressei ao template antigo até que outro me seduza ao ponto de dedicar mais umas horinhas ao estudo (tipo tentativa e erro :p) do código-fonte.

Aceitam-se sugestões de templates, para aqueles já mais habituados a estas andanças da blogosfera!

Dezembro numa bola de neve



Ainda que Dezembro não te traga
imagino-te em flocos
pedaços de algodão frio caindo do céu
essência de nuvem derretendo nas minhas mãos ávidas de magia.

Nos meus sonhos
cobres a árvore cintilante e o gorro de lã
trazes mais calor do que gelo
baptizas o meu Natal de branco!

Coisas da vida

Às vezes o tempo passa e qualquer coisa se perde, inesperadamente, nas curvas do caminho.

Chego a casa e deixo-me cair na superfície macia, com um cansaço de 100.000 anos de trabalho, a cabeça pesada de teorias sobre a redenção do mundo. De repente, o universo parece um exíguo espaço, onde quase todos são sombras sem alma, percorrendo um percurso ancestral e inútil.

Hoje não tenho paciência para coloquialidades e subterfúgios.

Novo visual


PRETO sobre Azul!


Silêncio das estrelas


by William Hood


Quando chegares a casa e espreitares pela janela, além das gotas de chuva que anarquicamente se espalham na atmosfera fria, muito para além das luzinhas acesas e das estradas vazias, verás o brilho de meia dúzia de estrelas que se calhar já não existem.


Esse ruído!!! Esse ruído que não sei descrever e que me perturba. Quero ver a magia lá fora e não consigo.


Quando chegares a casa e vires as estrelas, que a mil anos-luz daqui já morreram e já são cinza de astro celeste, diz-me qualquer coisa. Pode ser que assim se faça silêncio.

Duplas no mínimo... estranhas!

Depois do choque inicial surgiu a gargalhada incrédula e no fim a triste constatação da verdade:

"Popota e Tony Carreira fazem dueto musical"

Só mesmo para ajudar crianças desfavorecidas poderei eu alguma vez considerar seriamente a ideia de adquirir tal monstruosa sonoridade e, ainda assim, a aquisição permaneceria certamente intocada até ao fim dos tempos, ganhando pó e teias de aranha num local recôndito lá de casa.

Quem sabe o que virá a seguir....

Leopoldina e Toy?
Sapo Cocas e Ágata?
Ronald MacDonald e Zé Cabra?

Ficamos, horrorizadamente à espera :p

Winter has come

Cheirinho de lenha a queimar.... :)

Viana

Nem sei como dizê-lo... Apetece-me escrevê-lo em francês, não sei bem porquê, mas a minha ignorância linguística não mo permite.

Sinto falta do teu abraço quente, de saber-te aqui perto, numa telepatia de coisas proibidas e harmoniosas. Quero o sorriso de dois lábios encostadinhos, a tua mão morna de afecto, a dança invisível das nossas expectativas.

Onde tu estás põe-se o sol nas curtas encostas, atrás das árvores altas e das hélices brancas. Onde tu estás correm os animaizinhos pela vastidão dos terrenos, cantam os pássaros nas janelas abertas e respira-se o ar fresco de um quase Inverno.

Onde eu estou vejo isso nos sonhos, antecipo-te nas horas vagas e nas outras todas. Onde eu estou há um vazio de qualquer coisa preciosa e essencial, complexo mundo cheio de coisas mas tão incompleto com a tua ausência.

Quando regressas instala-se a trégua no caos universal. A relatividade relativa das mecânicas coisas da Natureza colapsa e o tempo pára. A noite eleva-se a um nível que os olhos humanos não vêm e que as almas solitárias não adivinham. Os segundos terrestres são os nossos dias de felicidade explosiva, em que os sentimentos se fundem num conceito que não pode ser pronunciado ou escrito.

Vestígios de nós escrevem uma enciclopédia imaterial e eterna, onde o derradeiro significado das coisas se resume a este abraço infinito.

Todos lêem, ninguém compreende.

Permanece a doce ansiedade do teu regresso. Saudade não nostálgica de ter-te aqui. Certeza de amar-te muito além das léguas que nos separam.

Resposta curta




e TU de que é que precisas?



Diagnóstico diferencial

cefaleia fronto-parietal sempre com a mesma localização
vespertina e incapacitante
acompanhada de náuseas e sonolência
odinofagia matinal

...façam as vossas apostas!

Desintegração


"... I'm a million different people..."

Quando caminho entre as pequenas multidões de Lisboa, quando recebo elogios ou críticas, quando seguro a mão de alguém, quando quase enlouqueço com trabalho, quando me espreguiço nos pequeninos momentos de ócio, quando adormeço em cima do livro, quando pedalo na bicicleta do ginásio, quando sublinho a amarelo-fluorescente, quando danço na rua ao som de nada, quando sou abraçada com fervor, quando escrevo no meu blog...

Oceano

Lá onde os sonhos começam...



by David Clapp


...onde tu surges da água prateada para me inspirar,
...onde as ondas são espuma de beijos e lágrimas salgadas de saudade,
...onde a vibração do vento escreve poemas na hipnotizante superfície do oceano.

ZzzzZzzzz

Hoje revoltei-me e não há post para ninguém!
Eu bem queria mas não dá...
O sono é muito e os protocolos de pediatria clamam por mim a partir do livro aberto.
Por isso as minhas desculpas a todos.
E peço desde já perdão ao livrito atrás mencionado porque muito provavelmente,
e daqui a muito pouco tempo, vou estar a dormir em cima dele.
Tenho dito.
:p

:' )

A cefaleia


Fronto

Temporo

Occipito

Parietal

This sad bolt


E quando, por um aleatório e irritante capricho, os deuses se lembram de castigar os pobres mortais, surgem dias vazios de sentido, como este, em que sentimos que a única coisa que falta acontecer é cair um relâmpago na nossa cabeça (isso ou uma tala de gesso).

18


Demos a mão. Na sombra eu concentrava-me nas folhas caídas.
Falava sobre coisa nenhuma para evitar os teus olhos de anémona.
O mundo todo renasceu naquele beijo.
Não preciso de mais nada.

Partícula de nada num mundo cheio de coisas

Lá bem no fundo... Naquele pedaço de alma que só nós conhecemos. Que nem tentamos explicar porque é só nosso, alguma coisa se passa.

Algo se modifica, em câmara lenta, como a rotação da Terra ou o desabrochar de uma flor.
Ao fim do dia está já tão diferente do que era... E eu sinto então que cresci.

Sinto-me um gigante das emoções e das descobertas e ao mesmo tempo um pedaço de coisa nenhuma, na pequenez de quem vê pela primeira vez o mar ou sente o sabor de um beijo inesperado.


"O resto é silêncio"

William Shakespeare


Fechem os olhos e ouçam...

Love of my life,
You've hurt me,
You've broken my heart,
and now you leave me.

Love of my life can't you see?
Bring it back, bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know what it means to me.

Love of my life don't leave me,
You've stolen my love and now desert me,

Love of my life can't you see?
Bring it back, bring it back,
Don't take it away from me,
Because you don't know what it means to me

You will remember when this has blown over,
And everything's all by the way,
When I grow older,
I will be there at your side,
To remind you how I still love you
I still love you

Hurry back, hurry back,
Please bring it back home to me,
Because you don't know what it means to me

Love of my life.
Love of my life...

Boa noite

Flauta mágica.
Ouço-a baixinho quando encosto o ouvido ao chão.

O frio da madeira envernizada debaixo de mim. O caos laranja. Uma vasta gama de manchas negras e brancas quando fecho e abro os olhos com força. Uma espiral de tonturas quando tento erguer a cabeça alguns centímetros acima do solo. Estou ébria de cansaço e expectativas mortas.

Pendurei os meus sonhos num cabide qualquer.
Volto a vesti-los amanhã, depois da curta noite.

A distância até à cama repugna-me e entristece-me.
Faço da minha ingenuidade almofada.
Boa noite a todos.

O blog Através do Espelho tem o prazer de apresentar...

Uma nova e fascinante rubrica intitulada:

Conheça o seu mundo!

Hoje dedicada a um misterioso país asiático que só por mero acaso não é o berço de nossa mui adorada Silverdrop :p



- Bangladesh -


  • País asiático rodeado quase por inteiro pela Índia, excepto a sueste, onde tem uma pequena fronteira terrestre com Myanmar, e a sul, onde tem litoral no Golfo de Bengala. Capital: Daca.

  • Idioma oficial: Bengali
    Religião maioritária: Islamismo

  • O Bangladesh é o país com maior densidade populacional no mundo, apresentando aproximadamente 926 pessoas por km²!!

  • O encantamento de serpentes é uma prática comum nas ruas do Bangladesh. Na verdade, as cobras são surdas aos sons envolventes mas sentem as vibrações do solo. A flauta do encantador seduz a cobra pela sua forma e movimentos, e não pela música que emite.

  • Os Baul, trovadores místicos, constituem ícones culturais no Bangladesh. A música Baul celebra o amor celestial, mas fá-lo em termos bem terrenos, como as declarações de amor do bAul para sua boshTomi ou alma-gêmea.

  • Aqui fica uma canção Baul muito conhecida (no Bangladesh, claro):

    AmAr prANer mAnuSh Achhe prANetAi heri tAye sakal-khAneAchhe se nayan-tArAy, Alok dhArAytAre nA hArAyeogo tAi heri tAye JethAye sethAye tAkA-i Ami Jedik pAne

    A fantástica tradução: O homem do meu coração vive dentro de mim. É por isso que vejo ele em todo lugar. No fitar de meu olho, em um brilho de luz. Ó eu nunca posso perdê-lo. Aqui, lá, em todo lugar. Por onde eu olhar, ele está bem lá para mim.

Do fundo de um fabuloso baú!

Enjoy!

The Story

There's something about this song!

Rosa!!!

by Roman Lucian


R
uptura



Desse vermelho escarlate.



Espesso sangue em pétala.



Espinho injusto e cinzento.



Véu de borboleta negra.



Retalhos de carvão bordado



Alguém sabe reconstruir uma flor?


Qualquer coisa...

Cada pensamento cai, pesadamente, nesse fundo de nada que é a minha alma.
Uma dor de cabeça lancinante,
Pedaços de qualquer coisa inesquecível.
Auto-retrato desbotado e distante
Um estúpido tremor invisível.

Paradoxal vontade de adormecer,
Querer estar contigo e não poder...

Um abraço sem matéria,
Que me faz esquecer de mim...
Nem eu entendo, acreditem!
Estamos no início ou no fim?

Nuvem negra

Não me peçam para descrever,
reviver cada pequeno detalhe,
desmontar o conteúdo e a forma,
reinterpretar todas aquelas palavras
grotescamente pronunciadas.

A humilhação se sermos vistos
como não somos...
E tropeçar em obstáculos
que não fazem sentido.
Ser pouco mais do que nada
quando, no fundo, se fez tudo.

Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa

- Sophia de Mello Breyner Andersen

A minha tese



Life is pleasant. Death is peaceful. It’s the transition that’s troublesome.

- Isaac Asimov-


by Giuseppe Pasquali

Porque nem só de abóboras é feito o Halloween...


Para quem acha que o dia do azar é a Sexta-feira 13, tentem prestar mais atenção ao Sábado 1:
- 3 alunos do 5ºano
- um partograma para fazer
- apenas 1 grávida para acompanhar
- 15 horas no bloco de partos à espera do nascimento
- um bebé que nasce durante a meia hora em que finalmente se decidiu ir jantar
- um médico que afinal não olha para aquilo que assina

Agradecimentos:
- ao Rafael, por nos salvar do coma hipoglicémico
- à nossa maca: nunca te esqueceremos, onde quer que estejas
- ao jogo do Stop
- aos meus companheiros nesta saga (havemos de escrever um livro sobre isto)
- ao pequeno Bruno, por nos mostrar que os milagres da vida são imprevisíveis

Desejo a todas uma hora pequenina!

Não quero ler estas linhas

!!!!!!!!!!!!
!!!!!!!!
!!!!
!!

... e às vezes Ele escreve por linhas mesmo tortas.

Eu sei! Eu quero ser!


Os meus meninos, que são TODOS!
São o sol, o arco-íris e a luz.
Acordarei todos os dias na esperança de os fazer sentir um pouco mais felizes.
A minha missão!

Até amanhã!

by Jaume Llorens


E lá no fundo das escadas está a minha tranquilidade, o meu sono profundo e o meu descanso.

Adormeço... ainda sem fechar os olhos... ainda manipulando, tranquilamente, estas teclas.

Estou longe, onde os sonhos começam.

Até amanhã!

Tangram

Uma boa utilização do antiquíssimo e algo monótono Tangram:



Uma má utilização foi aquela testemunhada por alguns de nós recentemente. Na sequência dessa experiência algo deprimente gostaria de pedir-vos para nunca, jamais, colocarem pequenas figuras de Tangram a decorar os vossos slides de Power Point, nomeadamente se essas figuras ocorrerem totalmente fora de contexto e retratarem objectos semelhantes ao casebre semi-destruído do Bin Laden :p

[agradeço ao icbm esta extraordinária comparação entre um puzzle chinês com 4000 anos e um refúgio terrorista]

Sou preguiçosa mas não sou preguiça!

E a preguiça afinal impele-nos a pesquisar algumas coisas deveras interessantes!




Aqui ficam alguns dados fascinantes acerca da verdadeira preguiça:
  • O seu nome advém do metabolismo muito lento do seu organismo, responsável pelos seus movimentos extremamente lentos
  • A pelagem pode parecer esverdeada devido à presença de algas que servem de alimento a determinadas espécies de lagartas

  • Possuem 8 a 9 vértebras cervicais, o que lhes possibilita girar a cabeça 270° sem mover o corpo

  • Costumam dormir cerca de 14 horas por dia

  • São muito, mas mesmo muito feias!

[fonte: Wikipédia, excepto o último tópico que constitui uma opinião meramente pessoal]

Frrrrrrio!

Depois de todo o frio que suportei hoje...

Desenvolvi uma obsessão por mantas e cobertores!

Delírio culinário!!

Alguém aqui sabe fazer panquecas?

... tenho este pequeno e tonto desejo de infância de fazer umas deliciosas e fofíssimas panquecas com uma cobertura a condizer!

(é o que dá ver muitos filmes americanos :p)

E a chuva trouxe cores!


Ontem fui verde-clarinho, quase amarelo, quase nada.
Por pouco não fui transparência das horas, desejando a noite.

Hoje fui vermelho-vivo, cadente nas nuvens de fim de tarde,
Adormecendo como laranja-ténue e rasgo de preguiça lilás.

Amanhã serei o que o Sol me trouxer, sem medo dos tons neutros
Ou do fulgor das obscenas temperaturas cromáticas.

No final serei sempre aquele arco-íris que a chuva traz,
Véu de tonalidades desencontradas na luz mutante dos dias.

Hoje é dia de docinho!

Crepes com Gelado e Chocolate


A imagem deixa água na boca e eu deixo a garantia de que, além de ser super divertido de fazer, é estupidamente delicioso e calórico, claro.

Não se esqueçam de tentar virar os crepes com a própria frigideira, tipo malabarista de circo, não é tão difícil como parece ;)


Massa de crepes para 6 pessoas:
- 100g de farinha
- 30g de açúcar
- 1dl de leite
- 1 ovo
- 30g de margarina

Molho
- 1 chávena pequena de café (opcional)
- um bocadinho de leite (a olho lol)
- 1 colher de sopa de margarina
- 200g de chocolate culinário
- 2 colheres de sopa de açúcar


"Misture a farinha com o açúcar e junte o leite, ligeiramente batido com o ovo. Mexa com uma vara de arames para ligar os ingredientes. Adicione a margarina derretida e tempere com uma pitada de sal. Bata com a vara de arames até obter um polme liso e sem grumos.

Deixe repousar pelo menos 30 minutos para evitar que a massa fique elástica. Aqueça a frigideira de crepes ou uma frigideira anti-aderente, unte ligeiramente com margarina e, quando estiver bem quente, deite um pouco de massa na frigideira, fazendo-a rodar de modo a que a massa cubra todo o fundo numa fina película.

Leve ao lume e deixe cozer de um lado. Quando estiver louro, volte o crepe e coza-o do outro lado. Retire o crepe para um prato e repita as operações até acabar a massa.

Prepare então o molho: Coloque o chocolate em quadradinhos, um pouco de leite, o café e a margarina numa tacinha e aqueça no microondas durante 1 minuto na máxima potência. Mexa com uma vara de arames até formar uma pasta homogénea.

Sirva os crepes dobrados em quatro, com bolas de gelado, regados com o molho de chocolate quente."

Tic, tac...

Tantas coisas...
Doem-me os olhos de ter ver.
Explode-me a alma de te prever.

Meu medo.
Cruel ampulheta.

Espero...

Há coisas que nunca passam de moda

"I know it's not much but it's the best I can do
My gift is my song and this one's for you"

Celebração do centésimo post ou Emancipação luminosa!

E quando pensamos que as coisas boas não duram muito tempo eis que o centésimo post do meu queridíssimo blog vem provar o contrário!

Agradeço a todos as visitas assíduas e os comentários deliciosos esperando continuar a entretê-los com mais umas centenas de textinhos!! ;)

Para comemorar esta data tão importante para a blogosfera (cof, cof) aproveito para apresentar oficialmente o meu novo candeeiro!!


Porque a nossa vida vale pelos momentos luminosos!

Obrigado por terem partilhado estes 100 clarões de luz comigo!


Quase Perfeito (e é mesmo!!)


Donna Maria
(banda sonora dos sonhadores de alma livre)

Missão

by Sadegh Miri

E ser médico no fundo é isso!!

É fazer a diferença na vida das pessoas, dar-lhes a mão e um pouco da alma, perceber que somos todos tão iguais nas alegrias e nas angústias.

Entender o medo, a raiva e a negação e saber o que dizer nos momentos de agonia, de dor e de desespero.

Aceitar a morte é o derradeiro desafio. Entender que morrer é tão inevitável como amar.

O topo do meu tudo

Estou no cimo de um nada que me fascina.
Que construí para mim:
Miragem nos meus momentos maus,
Refúgio das expectativas devastadas,
Oficina de ser e de querer quando tudo muda.

Sou do ar puro e da relva fresca.
Sou do mundo ancestral das ideias.
Sou das palavras.

Sou de tudo um pouco.

Stickers decorativos


Alguns de vós conhecem já o meu entusiasmo relativamente ao meu quarto recém-decorado ;) nomeadamente o sticker que comprei pela net para colar na parede da cabeceira da minha cama.

O dito e lindíssimo (lol) sticker ainda não chegou mas gostava de vos deixar aqui o site onde o encontrei porque tem autocolantes muito giros para todos os gostos, a todos os preços e em todas as cores.

(Não estou a ser paga pela empresa para fazer este post lololol mas por acaso os senhores de lá são excepcionais quer nas respostas por mail quer ao telefone)

Espero iniciar aqui a vaga dos stickers ;)

Recomeço

amar

é saber quem somos

é vestir os sonhos
e tocar com a mão no céu
sem tirar a ponta dos pés do chão.

Os dados estão lançados


Os sinos tocam a rebate.

Eu percorro a rua, sozinha, num crepúsculo de Outono, fugindo da alarmante melodia ambiente.
É como se um novo capítulo começasse e o Sol de amanhã fosse, subitamente, tão diferente do de hoje.

Alea jacta est

Um bocadinho farta!

Quando vemos o mesmo episódio de "Sem Rasto" três vezes em três dias percebemos que morar no escritório limita as actividades quotidianas :p

Caminho!

by David Clapp


Palavras,
Palavras,
Palavras...

Sempre soube que eram mais do que palavras!
Todos nós seguimos um caminho!

Remodelações

A minha sala é verde!
_________________

:)

Diário de um exílio

.:: EXILE ::.

Ainda que as palavras possam ser caminhos metafóricos para estados de espírito neste momento encontro-me literalmente exilada.

A minha casa está em remodelação: sala, hall e corredores. Ou seja, divisões básicas para a circulação pelos aposentos da família. Como tal, barriquei-me no meu quarto, com um pacote de bolachas e o computador portátil à espera que termine o árduo dia de trabalho das 4 alminhas que circulam pela minha casa. Tenho que pedir licença e contornar móveis e manchas de tinta cada vez que quero realizar actividades tão básicas como ir à cozinha comer qualquer coisa ou atender o telefone.

O mais dramático é que não posso sair de casa nem por um mísero minuto porque, sendo a única residente ainda de férias, devo defender este moderno castelo de 6 assoalhados da cobiça de 4 trabalhadores da construção civil. Como tal, esperam-me desafios largamente interessantes como suportar intenso cheiro de tinta, ouvir ininterruptamente música brasileira e tentar descobrir porque é que, de vez em quando, a luz vai abaixo e fico sem Internet.

Resta-me o meu blog, por estes dias a minha melhor janela para o mundo ;)

Viva a globalização!

O desenho

Hoje cheguei a casa e fiz um desenho!
Perdi toda a noção da realidade, que teima em dizer-me que a minha inteligência artística está ainda por se manifestar, e abordei o lápis e o papel como se nunca tivesse feito outra coisa na vida... mais! como se desenhasse ali a minha própria vida!

E assim me fiz, numa metáfora nascida do carvão.

Dos pés à cabeça, sou borboleta e fogo e água do mar! Se me cortarem agora as asas continuarei a voar, como se correntes de ar mágico me impelissem para cima.

Talvez guarde o desenho para mim e daqui a longos anos ainda saiba o que significa. Acho que, como os sonhos, se mostrar não se realiza. Embora todo o teor com que foi feito implica que logo desde o início seja impossível.

Não quero ser coloquial


Esgotei o meu repertório de coisas coloquiais.
A partir de agora e até data a definir nada de coloquial será colocado neste blog.

Todo o meu dia, foi delirante, divertido, honestamente feliz. Passado com pessoas com as quais não preciso de ser coloquial, apenas verdadeira.

Utilizando palavras que não são minhas e com um objectivo que não foi o original: os amigos "existem mas estão mal distribuídos" porque eu felizmente tenho vários.

Auto-biografia em 4 estrofes

As palavras que nunca escrevi
Para compensar todas aquelas
Que gritei sozinha em silêncio.

Os momentos que nunca vivi
Para compensar todos aqueles
Que me atormentaram.

Os beijos que nunca dei
Para compensar todos aqueles
Que apaguei da minha memória.

A pessoa que ainda não sou
Para compensar
Aquela que deixei de ser.

Poema do dia seguinte

A minha força.
Sustida por um fino fio de seda,
Fiel aos príncipios ancestrais
Do início de mim.
Permanece, dura, sobrevive,
Eleva o meu corpo a cada manhã
Fá-lo transpor os limites
E ser qualquer coisa
Que os outros compreendam.

Pareço mais do que sou
Na verdade, sou muito pouco.
Tudo o que tenho
É para me mascarar de gente.
Cá dentro sou sombra,
Reflexo ténue do que fui
Angústia numa redoma de amor.

Monólogo das duas da manhã



Porque estou só junto à minha tão querida janela.
Porque é de noite e ouço placidamente os ruídos da cidade.
Porque há muito tempo que aqui não colocava os meus devaneios.
Por tudo isso escrevo.

Escrevo para mim, num monólogo das horas tardias, na cumplicidade na noite e na certeza da cama fria à minha espera.

Não creio que escreva para os outros, porque aquilo que me habita agora é tão meu que mesmo que quisesse, pouco conseguiria dizer acerca do que me faz parar para pensar.

O meu blog é o meu canto, o meu farrapo de nuvem branca, pedaço inestimável dos meus dias.
Também é vosso, se me perdoarem o egoísmo de algumas frases e se se sentirem como eu nestas horas nocturnas e solitárias.

Alguém...

Quem estiver aí,
Quem souber quem eu sou,
Alguém!
Por favor arranque esta sensação do meu peito,
Faça este nó desaparecer,
Reanime a minha coragem.

É tão difícil vencer esta dor,
E nem sei mais o que é chorar,
Não grito nem discuto,
Sou mais forte do que quero ser.
Porque não choro nunca
Mas continua a doer!

Dona babada


A primeira música que o rádio do meu lindo carrinho tocou!!!

;)

CSI


Alguém MATOU a minha concentração!!

"Intervalo"

No livro que eu não li
No filme que eu não vi
Na foto onde eu não entrei

A minha tarde amarela e luminosa


O que acontece nestas tardes quentes de Verão?
Quando elevamos o pensamento preguiçoso acima das nuvens e nos deixamos cair numa deliciosa sensação de felicidade
O milagre da existência e os mistérios do Universo são demasiado complexos para estas horas porque o significado do mundo inteiro parece estar numa pétala de flor ou num copo fresco de limonada
Apetece segurar com força a mão de alguém que ainda não conheço e ficar em silêncio, respirando estes minutos mágicos, à espera de nada, escutando o barulho dos pássaros e do vento, desejando nada mais do que estar aqui

"Só conhecemos as coisas que prendemos a nós"


"Os outros passos fazem-me fugir para debaixo da terra. Os teus hão-de chamar-me para fora da toca, como uma música. E depois, olha! Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? Eu não como pão e, por isso, o trigo não me serve de nada. Os campos de trigo não me fazem lembrar de nada. E é uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então, quando eu estiver presa a ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor...Prende-me a ti! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que prendemos a nós - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, prende-me a ti!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim, em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não me dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto..."

Mutante


E, subitamente, identifico-me com esta louca letra ;)
Um dia ainda hei-de relembrar as desgraças todas deste semestre e dançar assim lol

Nos meus sonhos

Lá do fundo do baú ;)

Quem sou eu?


Eu sou fumo


Porque é que a noite vem assim, de surpresa, de mansinho, para nos lembrar de todos os erros e de todas as tristezas? Porque é que há sempre momentos em que tudo são dúvidas e más lembranças? Porquê este desconforto em estar aqui e agora?
Porquê a sensação de estar só, de falar e ver as minhas próprias palavras, escritas em fumo, confinadas a quatro paredes espessas e frias?
Porquê a sensação de andar em círculos, de deambular numa floresta escura e sombria, perseguida por olhos fluorescentes de raiva e de inveja?
Porquê o sentimento de perda e de desilusão? Porquê esta eterna revisitação das horas mortas, dos dias passados, das vidas que jamais poderão ser vividas?
Porquê a sensação de que metade de mim ficou para trás, trespassada por uma espada amiga, vítima de si própria numa emboscada desleal? Porquê a sensação de ter vivido num cenário dramatúrgico, crendo que era a vida real, contracenando com um actor demasiado bom, terminando o último acto em lágrimas e sem nenhum aplauso?
Porquê esta sensação de ter nascido agora para o mundo real depois de ter passado anos encoberta num fumo lilás de ideias platónicas e amores eternos?
Porque me despertaram do meu sonho, dos meus dias de sol... do meu mundo?

Fotocópia de nada


Entre duas cadeiras iguais. Entre o rebanho. Entre uma nuvem e outra. Entre a multidão.
Quis voar sem asas.
Quis viver 1000 anos.
Quis parar o tempo.
Quis ser melhor.

Entre o preto e o branco. No meio da fila. Antes e depois de pessoas sem rosto.
Quis ser diferente.
Quis transformar o mundo.
Quis vestir-me de estrelas.
Quis ser feliz.

Espiral em direcção ao infinito


Mais um degrau, e outro, e outro.
Numa escada em caracol: metaforicamente a vida ou literalmente a vida!!
Quis escalá-la de mãos dadas mas tantas vezes o fiz sozinha.
De olhos vendados, tropecei.
Tive medo, voltei atrás.
Fiquei cansada e parei, olhando os outros.
Amparei-me no corrimão, tentando ganhar força para a caminhada.
Agora corro, aproveitando o vento fresco.
Quem está comigo?
Quem corre ao meu lado em busca da perfeição que não existe e do céu que nunca ninguém viu?

Príncipe encantado, onde estás? II

A pedido de várias famílias aqui fica o vídeo dos "apanhados" do mesmo filme :)

Príncipe encantado, onde estás?

Porque é que a vida real é tão diferente das comédias românticas?
(uma pergunta que já passou pela cabeça de muitos de nós, certamente)

Eu estive a ponderar e penso que talvez as perguntas correctas sejam:
- Onde estão as pessoas reais em quem os senhores que concebem as comédias românticas se inspiraram?
- Será que as comédias românticas são na realidade filmes de ficção científica?

Enquanto pensam no assunto deixo-vos o compacto de um filme que eu gosto imenso...

"Two weeks notice"

E agora ficamos todos à espera do Hugh Grant ou da Sandra Bullock das nossas vidas (o meu pode vir com o sotaque inglês incluído, sff :p)

Não tendo outros recursos melhores: GRITO!


Retrato de um desespero anunciado
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
...........

Dilema em tempo de estudo

Sono, mil imagens desfocadas que me assombram.
Medo, que o amanhã seja uma tarefa inacabada.
Cansaço, sou corpo inerte numa alma viva.
NÃO POSSO DESISTIR!
Esperança, que o amanhã compense tudo
Coragem, para resistir só mais um pouco
Grito, de força e de revolta!
VOU CONSEGUIR!

Em fios de seda


Eu olho e sinto que sou aquela breve teia, construída com mil cuidados entre ramos secos mas robustos, imaginada como espiral de arestas sucessivas, brilhante quando a luz incide e negra quando a noite cai.

Assim sou, leve e ondulante, buscando abraçar em meus fios de prata sonhos que passem despercebidos, sorrisos sem dono e pequenos momentos de felicidade. Assim serei para sempre, caçadora invisível dos detalhes deliciosos e dos abraços quentes.

Minha habitante de oito almas, oito essências e oito luas estende-se à noitinha na rede aberta e canta salmos de louvor. Depois dança vertiginosamente, enredando-se nos sonhos e nos sorrisos, embebedando-se num êxtase de pura felicidade.

Sou teia, sou seda, sou tudo... Abraçarei o mundo sempre que ele me deixar!

Outro desafio

Desafio oficialmente os comentadores habituais desta nossa mini blogosfera que ainda não construíram o seu blog (ou aqueles que até têm um blog mas que actualmente se encontra em ruínas e cheio de ervas daninhas) a juntarem-se a nós, criando o seu próprio cantinho, mais um pequeno e colorido retalho para compor a nossa, já tão linda, manta :)

E proponho, ainda, que organizemos, depois dos exames e destas trabalheiras todas, um almoço ou um jantar para o convívio deste grupinho dos blogues (aberto ao público em geral também claro :p)

Por fim, não fiquem assustados com este meu espírito de recrutamento intensivo, prometo não tentar convencer ninguém a aderir a uma seita religiosa esquisita ou ao grupo de venda domiciliária da Bimby ou das Tupperware.



A propósito, aqui fica uma imagem da fabulosa Bimby e a seguinte questão: "Será que esta pérola da tecnologia moderna também consegue estudar Medicina I e fazer o exame objectivo a um recém-nascido?"

Conhecer alguém

Em tantos momentos desejei entrar na mente dos outros, entender motivos e atitudes... Compreender as nuances da sua complexidade e conhecer a totalidade da sua alma...
Será isso possível?
Se não é possível compreender verdadeiramente alguém que não nós próprios, a desilusão e a tristeza estarão sempre ao virar da esquina.

Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível,
Com que não há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.

Fernando Pessoa

Quem sabe o que será?

Horas demasiado longas.
Viver numa casa de espelhos onde cada dia é apenas um reflexo mais ou menos distorcido do anterior e um prenúncio quase certo do seguinte. O desejo permanente de alcançar o inalcançável, de esticar o tempo até ao infinito e de ver todo o esforço, enfim, recompensado.
A cada nova manhã um recomeço, uma busca incessante para enfrentar o tédio, o desespero e o cansaço. Reviver vezes sem conta, desde que o Sol nasce até que desaparece no horizonte, a incerteza do resultado de todo este estudo e de todo este sofrimento.
E porque o dia só termina daqui a muitas horas, escrevo estas breves palavras e de novo regresso à minha prisão invísivel. Anestesio as minhas emoções e suspendo a minha vida em nome de tudo isto e no fim... Quem sabe o que será?

Amazing Grace

Para aqueles que vivem para sempre

Desabafo


As pessoas malucas deviam cumprir um recolher obrigatório! E por pessoas malucas entendo as criaturinhas que se passeiam aqui na rua a partir das onze da noite gritando a plenos pulmões numa linguagem alienígena para os meus ouvidos, soletrando álcool e substâncias psicotrópicas em cada pseudo-palavra que proferem.

Para que entendam melhor a minha revolta passo a explicar a dinâmica estabelecida a esta hora aqui em casa: eu tento estudar uma anotada de 40 páginas sobre arritmias (buscando uma forma de dar sentido àquilo que não tem) e para realizar essa tarefa, com o calor insuportável que se faz sentir, as janelas estão abertas e deixam entrar uma corrente de ar fresco. Ora, estão reunidas as condições para que aqueles grunhidos despropositados ecoem na minha sala, sem que nada se interponha entre as cordas vocais das criaturinhas e os meus ouvidos.

Já pensei diversas vezes em ligar à polícia mas desisto assim que antecipo o desprezo monumental que certamente me dariam: "Estou sim, queria fazer queixa de uns cidadãos que estão aqui na minha rua a blasfemar acima dos decibéis permitidos. Assim não consigo estudar a fibrilhação auricular nem o síndroma de Brugada nem os bloqueios Mobitz I e Mobitz II" - do outro lado da linha: "Desculpe?? Mobi quê? Olhe ponha uns tampões nos ouvidos que nós agora estamos a ver a novela e a pendurar posters da Nereida. Passe bem"

Ai ai, vou sonhar com traçados de ECG hoje...

Metamorfose



Já estava um pouco farta daqueles círculos todos ;)

Bonequinha

Chegou a noite e eu sentei-me a escrever. Um leve tom de melancolia ameaçou povoar as minhas frases, como se durante este longo dia tivesse gasto todos os meus sorrisos e o meu bom humor. Revejo-me na sofia de bata que fui durante a manhã, correndo e dando abraços, ansiosa por conquistar este mundo e o outro. Por vezes um sorriso sonhador, o olhar perdido entre uma nuvem cor-de-rosa e um pensamento impossível de concretizar.
Agora estou aqui sentada e demoro-me a pensar... Onde está a minha bonequinha de pano? A minha bonequinha de estrelas e de magia e de incenso? A bonequinha que tem o meu abraço e que interpreta o sonho no reflexo dos meus olhos? Estou triste porque a deixei sozinha num banco de jardim, entre as camélias e os malmequeres brancos, não me esqueci mas também não me lembrei, e ela chorou uma lágrima pequenina. E agora aqui estou, com uma pétala de flor cravejada no meu peito, a tricotar um vestido de purpurina e pirilampos para que ela me perdoe!

Dermatologicamente feliz!


É bom renascer com os vossos sorrisos!!

Quando estamos juntos, estudar torna-se menos maçador, as pausas são mais divertidas e os momentos de desespero são quase insignificantes.

Qualquer coisa se abriu na minha mente, ainda não percebi bem se me está a tornar mais relaxada, mais feliz ou ambas as coisas mas sei que me sinto melhor lol

Esta saga diária que é a nossa vida, faz-nos personagens de uma história mais ou menos emocionante numas alturas e noutras um bocadinho mais monótona :) de qualquer forma quando não há nada de útil para contar podemos sempre recorrer a delírios sem sentido, ou à descrição do conteúdo dos sonhos para nos rirmos um bocado...

Agora estou aqui sozinha com as anotadas 'snif', dezenas de páginas em que tudo é prurido e descamação e mácula e mancha, sonhando acordada, imaginando quão bela seria a vida sem Dermatologia (e não sem pele, claro! lol isso era nojento!).
[Nota: lamento desde já o facto de o título deste post ser estranho e, ainda por cima, induzir o leitor a pensar que é a minha pele o sujeito da felicidade]

De pernas para o ar



Nasci nesta folha verde,
De pernas para o ar como estou agora,
Vejo o mundo do avesso e gosto,
E assim estarei quando te fores embora.
Desafio as regras que nunca me ensinaram,
Desconheço por completo a lei da gravidade.
Ficar assim sentada nas estrelas
É o melhor da vida, é a felicidade!

:)

Vou deixar a rua me levar

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você

É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar

Rubi


Menina dos sapatos vermelhos,
Dos olhos de raio de sol
E do vestidinho de roda rendado,
Teus tornozelos de rubi são jóias,
Que guardas à noite em segredo
No armário do quarto ao lado.

Assim sobes a escada dos sonhos
Nas pontas dos pés, sorrindo.
O medo ficou debaixo da cama,
Longe dessa voz que te aclama
E te impele pr'o infinito.

Bailarina do canto dos pássaros,
Canoa das manhãs de orvalho,
És chuva de prata e fogo
Que eu seguro nas mãos e espalho.

Flor de um jardim secreto,
Rasto de memória feliz,
Sobes a escada e não páras nunca,
Sobes até ao céu, amas, sorris.

Manifesto Anti-Estudo


Basta, Pum Basta!

O Estudo é uma seca.
Horas de Estudo são horas de morte lenta.
Estudo são milhares de folhas monótonas.
Estudo é a vida sem Sol e sem sorrisos.

Morra o Estudo, Morra! Pim!

Uma geração com este Estudo é uma geração zombie.
Estudo devia ser na toalha da praia ou na esplanada.
Estudo é a decadência da vida social.
O Estudo é uma seca.

Morra o Estudo, Morra! Pim!


[gostaria de pedir desculpa a José de Almada-Negreiros, onde quer que ele esteja, por este pavoroso plágio do seu hilariante texto]

Pediatria: Visita ao mundo que os adultos criaram para as crianças

Paredes largas, espessas, imponentes, cobertas de desenhos coloridos retratando de forma infantil um género que combina o surrealismo e a pura anarquia. Em cada sala um tema: os meninos "bonecos", os meninos "feiticeiros", os meninos "reis", os meninos "qualquer coisa que os adultos imaginam que uma criança gostaria de ser". Mas onde estão todos?

Ali! No jardim! É dia de festa. Há porquinhos e ratinhos e estrelas e tubarões surfistas a saltar por todos os lados, alguns mais talentosos projectam toda a sua psicomotricidade no palco improvisado. Alguns têm papás que não sabem sê-lo, papás que batem e que ofendem, papás que ignoram e negligenciam. Mas ali, naquele cenário de cartão e aguarela, elas são todas carochinhas e eles são todos mosqueteiros, metaforicamente reescrevendo a sua história rumo à felicidade.

Tudo é tumulto, uma confusão comovente de olhos límpidos e sorrisos desdentados, de bibes e de babetes, de bonés e de enfeites de cartolina. E nós somos um grupo de gigantes tentando entendê-los. As cadeiras são pequeninas, e as caminhas, e as mesinhas e todos os inhos e inhas que também vi mas já não me lembro. De repente sinto vontade de dançar também, de desenhar, de encolher e vestir um daqueles vestidos de princesinha. Da cozinha vem o cheiro do almoço, um cheiro que me é familiar...sim, cheiros que despertam memórias...eu conheço esta sensação!

Olho para cima e vejo todas aquelas pessoas grandes sem perceber o que fazem ali à hora da sopa. Corro para o meu lugar no fundo da mesa amarela, esgueiro-me na cadeira pondo os joelhos no assento e confirmo o meu nome no autocolante com passarinhos vermelhos:
S--O--F--I--A!

...

Preciso de ar fresco!! Real, genuíno, espontâneo.
Um balde de água gelada.
Umas braçadas no mar.
Uma corrida vertiginosa pela encosta verde.
Um salto de pára-quedas.
Um passeio pelas estrelas.
Um voo por cima do abismo.
Um abraço forte.

Pegadas na areia molhada


No meu sonho, o crepúsculo é lilás e vermelho e o sol poisa delicadamente no recorte azul marinho do horizonte. No areal um vulto de luz desliza, a cauda do seu vestido comprido de lantejoulas turquesa forma uma rasto ténue e misterioso, o cabelo negro de carvão esvoaça livremente com a maresia, os olhos de uma cor indescritível que espelha as ondas e a cor do céu fixam um futuro invisível, muito além do pôr-do-sol. De mansinho, estende as mãos e os dedos delicados tocam a água gelada. Ergue-se novamente, recortando subtilmente o vazio humano da praia. Os olhos fecham-se e as narinas abrem-se ao cheiro da espuma salgada aproveitando o último sopro de luz do dia. Quando o sol desaparece e o lilás se converte em roxo profundo, a praia está novamente deserta.

Poema sem rimas

Vitral refractário de mil cores
Esta alma que me habita
E que nunca se esgota
De infinita imprevisibilidade.
Feita de lágrimas e sorrisos
Em vertiginosas transições
Que nem eu entendo.
Um dia sol e no outro lua,
Uma viagem que se repete
Cada manhã como se fosse a primeira
Numa eterna recapitulação da vida.
Sem espaço para o desespero
Recalco toda esta angústia
Para uma sombra de alma
Algures na profundidade da memória.
Resta um esboço de rosto
E um gesto largo de esperança
Tentativa de voltar a ser quem sou
Mas diferente de tudo o que sempre fui.

Evening star


Fechar os olhos com força. Deixar a música embalar as profundezas da alma. Pensar num mundo élfico onde as casas são de cristal e oiro e os bosques são habitados por seres mágicos e deusas encantadas. Formar um rio invisível com todas as lágrimas choradas e remar numa canoa de esperança contra todas as marés.

"When the night is overcome
You may rise to find the sun"

Estes dias...

Dias... Se eu pudesse revisitá-los daqui a muitos, muitos anos como seria?
Há pouco tempo descobri, não exactamente perdidos mas quase esquecidos, rascunhos que escrevi há muito tempo e durante muito tempo. Como numa espiral de semanas, meses e anos regressei à Sofia que era e procurei sentir o que ela sentia quando escreveu aquelas palavras. A dor que sentia, lembro-me bem. Como num ciclo, necessário mas tantas vezes injusto, revejo-me nesses momentos melancólicos, mais madura e sensata mas, ainda assim, tão igual à Sofia menina de antigamente.
Desta forma, mais ou menos mágica, no entanto tão concreta como aquelas folhas de papel e aqueles salpicos de tinta a Sofia do passado fala com a Sofia de agora e ambas se compreendem de uma forma única e intemporal.
Redescubro-me e ganho forças para me transformar, mais uma vez, na Sofia do futuro.

História das estrelas - Lira


"Orfeu era o maior músico da sua época, e provavelmente de todos os tempos, pois era capaz de encantar pessoas e animais, pedras e correntes de água, apenas com as melodias que tocava na sua lira mágica. Numa das suas viagens apaixonou-se perdidamente por uma ninfa, Eurídice.

Um dia, a jovem foi atacada por Aristeu, filho de Apolo e da nereide Cirene. Ao fugir do atacante, pisou uma cobra venenosa que lhe mordeu, causando-lhe a morte. Orfeu ficou de coração despedaçado. Sentindo-se incapaz de viver sem Eurídice, resolveu descer até ao Mundo Inferior (o mundo dos mortos) para pedir que ela fosse libertada. Tratava-se dum pedido sem precedentes para um mortal, mas o som da sua música conseguiu amansar o perigoso cão de três cabeças Cérbero que guardava a entrada, e encantar o coração de Hades, o deus desse mundo. O poderoso Hades apenas pôs uma condição: no seu caminho de regresso com a esposa, Orfeu não poderia voltar-se para trás até estarem no exterior.

Orfeu não tinha alternativa e caminhou pela escuridão tentando guiar Eurídice com a sua música. No entanto, começou a recear estar a ser perseguido por um fantasma e não por ela. Já quase na saída voltou-se para a ver, o que fez com que a infeliz lhe fosse de novo arrebatada, desta vez para sempre. Orfeu ficou arrasado. A partir de então foi caminhando pelo mundo tocando a sua música.

Muitos anos depois, quando morreu, Orfeu acabou por ir finalmente para junto da sua amada Eurídice. E, segundo a lenda, as Musas colocaram a Lira no céu onde persiste até hoje como lembrança desta história de amor."

Hipnose


O sono chega, de mansinho, e eu tenho esta mania de o contrariar... De pedir só mais uns minutos de vigília e de obrigar os meus olhos a manterem-se abertos. Gosto que o dia termine só quando eu quero. Nesses instantes revivo vertiginosamente dias, semanas, meses... vejo-me a dizer e a fazer aquilo que já passou como uma espectadora da minha própria vida.
Compreendo, numa aparição destas horas hipnóticas, que quando perdemos aquilo que nunca pensámos perder e sobrevivemos podemos reconstruir do vazio um novo eu e um mundo onde tudo passa a ser possível.

Trabalhar para o bronze


Quem quer abandonar este insuportável estudo intensivo e ir à praia? :)
[Atenção: cenário tropical não incluído :p]

À procura da inquietação


Sinto falta dessa gota de água, das ondas oscilantes que dela partem e se espalham, concêntricas, na plenitude do meu oceano. Hoje senti-me como as águas calmas de uma pequena lagoa, transparente, reflectindo passivamente a luz brilhante do sol. Estagnada, incapaz de fazer ondas contra a monotonia de um dia sem vento.
Onde está a gota de água que me perturba a paz destes dias? Aquela gota, que na sua simplicidade iria romper a superfície imaculada do meu tédio e relançar a vida que tenho cá dentro.

Help!

Um calor infernal lá fora e um calor ligeiramente menos infernal dentro de casa. Janelas abertas, ventoinha ligada e ainda assim este ambiente abafado que nos amolece e nos faz funcionar a metade da velocidade normal. Bebidas frescas, banho frio, deitar no chão e respirar fundo, vale tudo para mandar embora esta preguiça de origem metereológica.
Às vezes já nem sei bem se o calor vem de fora ou se emana de mim, depois de toda uma tarde a absorver graus centígrados e a rezar por uma brisa refrescante.
E assim se tenta estudar, languidamente: passa uma página, revê um conceito, sublinha uma frase. Agradece-se por a quarentena não incluir dores de cabeça (temos de ver algo positivo em tudo) e lamenta-se por não se poder vestir o biquini e correr para a piscina do prédio da frente.
É este diário monótono que partilho hoje, com toda a minha imaginação adormecida, sem grande ânimo e com uma triste carência de ideias.

Em pontas


Neste ténue equilíbrio em que vivemos, a cada momento uma leve e imprevisível brisa pode derrubar o castelo de cartas da nossa vida. Todos os planos e todas as certezas são voláteis e frágeis. Ainda assim, é extraordinária a beleza desse equílibrio, desse pedaço de perfeição que cada um de nós luta por construir a cada dia, contra todas as circunstâncias adversas.
Por uns segundos, somos pluma ou cristal de gelo ou pedaço fino de seda, pairando magicamente num mundo de tempestades. E esses segundos orientam todos os outros, são uma pequena e crucial variável na teoria do caos.

Entre a espada e a parede

Intervalo no estudo e aqui estou eu a testemunhar a preguiça e a lassidão que me percorrem. Quantos de vocês sentirão esta mesma dormência, esta mesma vontade de evitar os livros abertos e as folhas sublinhadas a marcador fluorescente?
Nestas alturas sinto-me quase literalmente dentro do provérbio "entre a espada e a parede", sendo a espada a possível consequência da minha negligência académica e a parede o acto doloroso de me dedicar ao estudo desta bela ciência que é a Medicina. De uma maneira mais simples e penso que mais fiel àquilo que eu sinto neste momento: para fugir de ser trespassada pela espada do chumbo e da humilhação choco sucessivamente (tipo filme do Charlot, sim) contra a parede entediante do estudo.

Estive a pensar e acho que o Ministério do Ensino Superior devia oferecer a cada um de nós um daqueles capacetes de realidade virtual e assim, nos intervalinhos do nosso estudo, para não se perder muito tempo, fingíamos de forma mais ou menos credível que estávamos na praia, ou na piscina, ou num passeio pelo campo. Eu acho que acabava por fazer uma figura menos triste (com o capacete na cabeça, a simular um mergulho na carpete da sala) do que aquela que faço horas sucessivas inclinada sobre as anotadas de Medicina I, numa postura que se começa a assemelhar perigosamente à do corcunda de Notre Dame (numa versão bastante mais feminina e sexy, pronto).

Depois deste desabafo mais ou menos delirante não me restam muitas alternativas que não incluam desligar a net e sentar-me de novo na minha mesa de trabalho.

A quem servir a carapuça, bom estudo! :p