Intermitências

O dia corre.

Imparável, como se desesperasse por chegar ao fim. Atrasado para chegar a amanhã, empurrando os ponteiros com força em direcção ao futuro.

No metro cruzamo-nos todos, enquanto corremos lado a lado com o avançar das horas, temendo tropeçar uns nos outros ou em nós próprios.

Em lado algum como ali a vida é uma sucessão de acções, seguidas das inevitáveis reacções. Nada é estático. Num segundo, dezenas de vidas numa meia dúzia de metros quadrados.

Tudo é causa e efeito de alguma coisa.

Desafio à tolerância. Afogados na pressa, disparamos palavras duras. No desespero de chegar mais rápido pisamos, empurramos, afastamos, praguejamos.

Dói-me a cabeça. Fotofobia de ter-me sentido também eu intolerante. Pequenina marioneta do tempo expedito e arrogante.

Agora tenho sofá e manta quente.
Até amanhã!

1 comentário:

Sandra disse...

algo anda no ar..só pode..

estamos todos a precisar de férias :)