No meu sonho, o crepúsculo é lilás e vermelho e o sol poisa delicadamente no recorte azul marinho do horizonte. No areal um vulto de luz desliza, a cauda do seu vestido comprido de lantejoulas turquesa forma uma rasto ténue e misterioso, o cabelo negro de carvão esvoaça livremente com a maresia, os olhos de uma cor indescritível que espelha as ondas e a cor do céu fixam um futuro invisível, muito além do pôr-do-sol. De mansinho, estende as mãos e os dedos delicados tocam a água gelada. Ergue-se novamente, recortando subtilmente o vazio humano da praia. Os olhos fecham-se e as narinas abrem-se ao cheiro da espuma salgada aproveitando o último sopro de luz do dia. Quando o sol desaparece e o lilás se converte em roxo profundo, a praia está novamente deserta.
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