Quem sabe o que será?

Horas demasiado longas.
Viver numa casa de espelhos onde cada dia é apenas um reflexo mais ou menos distorcido do anterior e um prenúncio quase certo do seguinte. O desejo permanente de alcançar o inalcançável, de esticar o tempo até ao infinito e de ver todo o esforço, enfim, recompensado.
A cada nova manhã um recomeço, uma busca incessante para enfrentar o tédio, o desespero e o cansaço. Reviver vezes sem conta, desde que o Sol nasce até que desaparece no horizonte, a incerteza do resultado de todo este estudo e de todo este sofrimento.
E porque o dia só termina daqui a muitas horas, escrevo estas breves palavras e de novo regresso à minha prisão invísivel. Anestesio as minhas emoções e suspendo a minha vida em nome de tudo isto e no fim... Quem sabe o que será?

1 comentário:

Jotomicron disse...

Gosto de acreditar na balança cósmica, que mais cedo ou mais tarde coloca os pontos nos “i”s, recompensa o tempo perdido a estudar etc.