Lá vou eu, arrastando o puff vermelho pelo corredor até chegar à sala. Coloco-o metodicamente alinhado com o triângulo de luz que vem da porta da varanda. Lanço-me para cima daquela massa disforme e fofa como se não houvesse amanhã, com as fotocópias do Harry na mão, o marcador, a lapiseira e a borracha. Prometo a mim própria não adormecer.
A minha mente cheia de bebés, pedidos de análises, jogos de futebol, sessões de cinema, bençãos de fitas, casamentos, teses de mestrado e outras coisas do quotidiano dedica-se ao esforço hercúleo de viver apenas para aquelas pequenas letras, para aqueles grandes paradigmas da Medicina.
1 comentário:
Em mim, onde todos os conhecimentos que ganho se vão empilhando no fundo esquecido de um abismo infinito que eu sou.
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