É triste a falta de assunto que se instala... Durante dias seguidos transformada numa eremita doméstica. Voluntariamente presa entre quatro paredes como se o mundo lá fora não valesse a pena.
A verdade é que se evita pensar no mundo lá fora. Aliás, evita-se pensar. Passa-se do esforço de concentração, das páginas sublinhadas, das noites mal dormidas e das chávenas diárias de café forte para o automatismo do zapping televisivo, o pequeno prazer de uma almofada macia e tantas vezes a simples ausência de olhar um ponto aleatório do espaço.
A voz humana tem um curioso efeito amenizador, como se materializasse o facto de que a vida do resto da população continua independentemente das nossas desventuras pessoais. Uma certa hipocondria invade-me, depois de milhares de minutos a ler exaustivamente sobre as enfermidades do mundo. Os pequenos prazeres, agora imaginados, parecem mais distantes do que as estrelas.
Parece que o sol afinal decidiu dar um ar da sua graça. Poderia sorrir se os meus músculos ainda se lembrassem como esse movimento é feito. Não estou triste, contudo. Parece-me apenas uma hibernação auto-induzida para poupar os meus mais íntimos ideais e sentimentos da frustração de não poderem ser concretizados durante estes dias de estudo.
E invade-me aquela sensação já conhecida de querer prolongar este texto até ao infinito, para que o momento de desligar o computador e voltar às obrigações da tarde de Domingo nunca chegue, fique para sempre adiado enquanto as letras e as ideias escorrem livremente a partir da ponta dos meus dedos.
A verdade é que se evita pensar no mundo lá fora. Aliás, evita-se pensar. Passa-se do esforço de concentração, das páginas sublinhadas, das noites mal dormidas e das chávenas diárias de café forte para o automatismo do zapping televisivo, o pequeno prazer de uma almofada macia e tantas vezes a simples ausência de olhar um ponto aleatório do espaço.
A voz humana tem um curioso efeito amenizador, como se materializasse o facto de que a vida do resto da população continua independentemente das nossas desventuras pessoais. Uma certa hipocondria invade-me, depois de milhares de minutos a ler exaustivamente sobre as enfermidades do mundo. Os pequenos prazeres, agora imaginados, parecem mais distantes do que as estrelas.
Parece que o sol afinal decidiu dar um ar da sua graça. Poderia sorrir se os meus músculos ainda se lembrassem como esse movimento é feito. Não estou triste, contudo. Parece-me apenas uma hibernação auto-induzida para poupar os meus mais íntimos ideais e sentimentos da frustração de não poderem ser concretizados durante estes dias de estudo.
E invade-me aquela sensação já conhecida de querer prolongar este texto até ao infinito, para que o momento de desligar o computador e voltar às obrigações da tarde de Domingo nunca chegue, fique para sempre adiado enquanto as letras e as ideias escorrem livremente a partir da ponta dos meus dedos.
1 comentário:
Estamos em sintonia. e provavelmente muitos mais
tens razao quando dizes que se evita pensar no mundo la de fora. ainda hoje ao pequeno almoço estava a minha mae a tentar sensibilizar-me para uma dada noticia televisiva e a única coisa que fui capaz de pensar foi em pediatria. Incrível como ficamos apaticos com tudo isto..
ai , esse prazer, em simplesmente respirar, sem pensar em mais nada. ha umas semanas isso seria aborrecido, mas sao os escassos momentos de descanso. (somos uns tristes :)
releio as tuas palavras e sinto-me que poderiam ser minhas, tal e qual , sem tirar qualquer palavra.
sofia, ja falta pouco e para nós que fazemos logo no primeiro dia, falta mesmo pouco
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