photo by Sofia
Venho de um sítio onde as coisas seguem uma inexorável ordem e disciplina, rumo a uma inverosímil meta de justiça e igualdade para todos.
Na verdade, e depois de tantos anos volvidos daquele dia em que desceu a serra num tanque blindado, que verá quando se olha ao espelho? Que pensará quando vê as ruas imundas, as casas sem portas, os filhos que pedem esmola nas esquinas? A camisa ensaguentada dos irmãos revolucionários foi comida pelas traças, algures num expositor de museu, enquanto da janela se vêem os estendais das pessoas humildes, nos locais mais inoportunos e inacreditáveis, repletas de t-shirts estampadas com imagens gastas do comandante amigo.
Afinal, o que define os heróis?
A aventura da liberdade é um caminho sem retorno que reclama a vida e a sanidade de quem troca a casa pela floresta e a caneta pela espingarda. Porque às vezes os aventureiros da liberdade, anos depois da revolta consumada, devem ver-se como o reflexo daqueles que odiavam. Num ciclo que parece infinito, em que deixamos de ser quem somos no momento em que conquistamos o desejado objectivo.
Quanto tempo mais para os despojos de mansões, para os "muscle cars" de há 60 anos, para os djambés tocados nas ruas, para os audaciosos "hijos de la revolúcion"?
São os prisioneiros livres. Saudáveis e licenciados vivendo a dois metros da tampa do esgoto.
Será que a história absolve os audazes?
Na verdade, e depois de tantos anos volvidos daquele dia em que desceu a serra num tanque blindado, que verá quando se olha ao espelho? Que pensará quando vê as ruas imundas, as casas sem portas, os filhos que pedem esmola nas esquinas? A camisa ensaguentada dos irmãos revolucionários foi comida pelas traças, algures num expositor de museu, enquanto da janela se vêem os estendais das pessoas humildes, nos locais mais inoportunos e inacreditáveis, repletas de t-shirts estampadas com imagens gastas do comandante amigo.
Afinal, o que define os heróis?
A aventura da liberdade é um caminho sem retorno que reclama a vida e a sanidade de quem troca a casa pela floresta e a caneta pela espingarda. Porque às vezes os aventureiros da liberdade, anos depois da revolta consumada, devem ver-se como o reflexo daqueles que odiavam. Num ciclo que parece infinito, em que deixamos de ser quem somos no momento em que conquistamos o desejado objectivo.
Quanto tempo mais para os despojos de mansões, para os "muscle cars" de há 60 anos, para os djambés tocados nas ruas, para os audaciosos "hijos de la revolúcion"?
São os prisioneiros livres. Saudáveis e licenciados vivendo a dois metros da tampa do esgoto.
Será que a história absolve os audazes?
1 comentário:
com tudo o que contaste fiquei simplesmente aterrada...como é possivel nos nossos dias existir uma coisa assim...
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