A tranquilidade de beber o chocolate quente fumegante, se ele existisse, sentada na desconcertante frescura do chão de madeira, abraçada pela penumbra da madrugada, antevendo nas interrupções da cortina o espectro alaranjado dos candeeiros da rua. Só mais um pouco desse calor líquido, trespassando o meu peito e morrendo no conforto do meu colo. O regresso desejado e agridoce das introspecções solitárias. Imaginados ou reais, estes relatos que não pedem público nem comentário, não pedem nada além do direito de serem expressos, dissolvem-se no chocolate macio, nos lábios sedentos, no cinzento das paredes e no silêncio das horas mortas. São só linhas rectas e ininterruptas, que buscam a fluidez nas ideias. Eu sou tudo o que esta divisão contém, todas as coisas vivas ou mortas em que poiso os olhos e a consciência.
1 comentário:
Gostei do seu blog, Sofia. Escreves muito bem! :)
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