Sábado

"Na minha cabeça as coisas confundiam-se, o sonho e a realidade, o medo irracional e a desconfiança legítima, a insegurança natural e o receio quase patológico de voltar a segurar as minhas próprias cinzas nas mãos cansadas.
Os olhos doem de não fazer nada, de fixar coisas que na verdade não existem.
Antes o frio lá fora, a calçada irregular, as caras desconhecidas.
Antes o trabalho, o volante, o cansaço do dever cumprido.
Antes as noites em claro, as noites de poucas horas, as noites sem imagens.
Antes os dias de 12 horas, o trilho ininterrupto de pessoas, a necessidade de estar bem para que os outros se sintam bem."

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