É sabido por todos que me conhecem que é meu desejo desde a infância ter um cão.
Aquilo que é mais curioso é que o motivo pelo qual o quero tanto foi-se modificando ao longo dos anos, amadurecendo, tomando contornos cada vez mais complexos, mais adultos. Foi-se transformando à medida que eu conhecia melhor as pessoas e as relações entre elas. No fundo, foi-se transformando à medida que eu percebia que o amor de um cão é seguro, previsível, absoluto e recompensador ao contrário do amor de uma pessoa.
No início eu queria um cão para brincar, depois apercebi-me que também queria um cão para cuidar e mimar. A seguir percebi que desejava ardentemente aquela companhia que não cobra favores, nem critica, nem nega carinho. Mesmo agora, que entendo que o amor do cão não é totalmente desinteressado - envolve comida, abrigo e atenção - vejo que há poucas relações de tal simbiose, poucas situações em que podemos ter a certeza que vamos ser amados para sempre, protegidos para sempre.
Eu amo o meu cão embora não tenha nenhum. Amo o cão que imagino que vou ter: o brilho dos seus olhos quando chegar a casa do trabalho, as lambidelas nos meus dedos e a paciência inesgotável.
Eu já tenho um cão, só estou à espera que ele chegue.
1 comentário:
Hmmm... eu cá gosto mesmo é de gatos ;) Beijinhos
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