Na linha de partida recortam-se focinhos furiosos.
Um sinal e todos disparam a correr numa confusão de cascos e poeira.
Eu, confortavelmente sentada na assistência, coloco uma cruz à frente de um dos nomes. Tomada a decisão grito e esperneio, salto com euforia no meu lugar, rodopio no meio da multidão quando o focinho se destaca na frente.
Lá para meio do caminho dá-se o desastre: o animal tropeça e cai, dá umas reviravoltas acrobáticas e assim fica, sozinho no pó da pista, a debater-se contra a gravidade e a anatomia.
Eu suspiro e sento-me, dorida na alma como o bicho nas patas.
Infinitas pessoas passam por mim: palmadinha nas costas, palmadinha no ombro, palmadinha nas costas, palmadinha no ombro.
A última mão tem voz e diz o que todos pensaram: Apostaste no cavalo errado.
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