A minha mensagem de Natal

Hoje, dia 13 de Dezembro de 2008, escrevo para vós este poema:

Triste, percorro a minha memória
Em busca do erro que me fez explodir.
Revejo a conduta alheia, as injustas frases
Todos aqueles olhos vazios e desinteressados.

Não caiam nessa armadilha infame
De elevar aos píncaros o próprio umbigo.
Se dar as mãos já não significa nada
Enterrem a cabeça na areia e não contem comigo.

Olhos vazios reflectem e não amam,
Reflectem e não se projectam além do óbvio.

Essa imagem distorcida de si,
Que se acomoda na hierarquia a milhas de tudo o resto.
Sem remorsos, imune ao protesto.
Como se confiar fosse a fraqueza dos tontos,
Daqueles que chegam a casa e escrevem poemas.

Dói-me a cabeça mas escrevo, não me apetece mas escrevo
Tenho mil tarefas por cumprir, mas escrevo
Gostava de estar noutro sítio, mas escrevo.
Escrevo porque ainda não perdi a esperança.

Este barrete gigante onde, no fundo, todos cabemos
É vermelho-vivo e pisca, acreditem.
A disponibilidade dos outros não é uma superfície macia
Onde apoio tranquilamente as mãos para fazer salto ao eixo.

O compromisso não é uma pluma leve,
Que o vento do capricho leva para onde lhe aprouver.
As más desculpas deixam um negríssimo rasto de fumo
Muito difícil de engolir mas muito fácil de ver.

Perdoem a minha sinceridade.
Não me excluo de nada do que escrevi.

Quando a minha voz se elevar pelos degraus de gente
Gostava de sentir que falo por todos.

3 comentários:

Sandra disse...

erro que te fez explodir? ...nao me parece k tenha sido um erro...

a verdade precisava de ser evidenciada. (e ainda assim...)
.
todos nós cometemos erros. cabe a nós é saber usá-los para nosso proveito, para crescer. Se alguém quiser ficar a fazer birra...azar...

Anónimo disse...

...em busca do erro... Poucos procuram! Muito menos quem reconheça! Parabéns porque fostes capaz. Estás mais segura e confiante. Devemos ser críticos mas também tolerantes.

Dar as mãos, sempre! Mas, sem subserviência.

Não devemos esconder o nosso umbigo (sabedoria, tolerância, amizade). Seria paconho, pouco inteligente e egoísmo.

Obrigado pela inteligência, capacidade de trabalho, amizade e amor que espalhas através da escrita linda e, por vezes, enigmática.

A alegria é um sentimento/emoção que devemos patrocinar, fomentar, semear e partilhar. As crianças são um bom exemplo.

A realidade, por vezes, é dura e ingrata, mas também ajuda a crescer.

Luta pelos teus ideais e ideias, sem cansaço, sem tréguas, mas sempre com respeito e bom senso.

O ideal não existe. É uma utopia que só serve para atrapalhar. Devemos saber distinguir entre o possível/realizável e o desejável. A vida será mais simples e melhor.

A família é o melhor suporte. Mesmo quando não parece, a tolerância, a amizade, o amor e a entreajuda, surgem sempre.

Amo-te muito.

SLB

Amo-te muito

Anónimo disse...

...em busca do erro... Quem não erra? Poucos procuram identificar! Menos ainda quem reconheça! Parabéns por te preocupares com isso. Serás melhor!

Temos de dar as mãos! Sempre! Não tenhamos vergonha de exprimir/expressar as nossas mais valias, com respeito pelos outros!

A perfeição não existe, é uma utopia, apenas serve para atrapalhar as nossas mentes.

Adorava "saber escrever" tão bem. És uma priveligiada.

Vamos em frente, a tua juventude, inteligência e sabedoria são ingredientes raros e suficientes para perceberes/entenderes algumas diferenças.

A realidade, por vezes, é dura, mas também é pedagógica. Penso que já entendes esta dicotomia.

A família é, sempre e em todos os momentos, o melhor suporte para todas as dúvidas, incertezas, erros, fraquezas e tristezas.

Na família, mesmo quando não parece, a tolerância, a solidariedade e o amor acabam sempre por aparecer.

Beijinhos, amo-te muito

SLB