Julgas que me conheces suficientemente bem para saberes quem eu deixei de ser?
Disse ele, as palavras tempestuosas, como se o quisesse dizer a muitas pessoas, de muitos tempos mas, por injustas circunstâncias, só pudesse dizê-lo a ela.
Cada um na sua vidinha, o tempo a passar e a arranhar-nos na passagem, de mansinho, nem sangra, nem dói, é só uma impressão fugaz.
E no final, eles chegam para ripostar porque o tempo não parou quando eles queriam, porque o tempo não recomeça do sítio onde a comodidade ou a rotina os fizeram ir embora e perder o rasto.
E quase parece que é culpa nossa, por continuar a viver e já ter rugas que eles nunca viram, ter amigos cujas caras eles não reconhecem, ter problemas que nos marcaram sem que eles se tenham apercebido.
E parece que têm direito de dizer que somos piores agora, que mudámos muito e isso deve ser mau, que não há amizade como a deles, ou carinho como o deles, ou juízo de valor como o deles, incapazes que são de ver que também foram arranhados e que isso é mesmo assim.
1 comentário:
Muito obrigado pelas pelavras lá no Sonho No Sonho! Seja sempre muito bem vinda, viu? Beijos e bons ventos!
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