Comunicado

Não me vou alongar sobre isto mas, sendo verdade, quero que aqui fique registado.
Há uns dias (poucos), fui profundamente injusta e arrogante ao criticar uma opção musical específica, só porque ela divergia da minha. Aqui fica o testemunho de que provei o "mesmo veneno" e aprendi: gostos não se discutem, conversam-se.

Hoje, ao ler um artigo no Público sobre os Coldplay, tive quase um vómito, de tão grotesca a linguagem e tão profundas as ofensas. É que, digo-vos, às tantas já não interessa de quem está aquele senhor a falar porque ninguém que faz música neste mundo merece ser tão brutalmente atacado e humilhado.

É certo que os fenómenos histéricos de popularidade também a mim me irritam. Mas digo-vos, irritam-me muito mais os pseudo-intelectuais, estes senhores que têm tempo de antena e usam-no para atacar pessoas que, simplesmente, porque assim quis a biologia e a circunstância, têm um gosto musical diferente do seu.
"Ah porque os Coldplay são muito certinhos e politicamente correctos e fazem música comercialóide disfarçada de poema amargurado e na verdade só pretendem confortar e não perturbar."

Meu senhor, todos entendemos onde está a querer chegar, a música dos Coldplay é comercial, vende muito, fica no ouvido, tem momentos de grande qualidade mas outros de maior banalismo, de repetição de sons e de sentimentos que são lugares-comuns. Mas, por favor, não me venha dizer a mim, que sou a mais profunda devota das músicas que perturbam, que agora todo o panorama musical tem de ser composto por artistas perturbados, suicidas, que se cortam com lâminas de barbear e hão-de morrer de overdose em banheiras. No panorama musical a diversidade é bonita e recomenda-se.

Pára, se faz favor, de comparar alhos com bugalhos?!
Apraz-me a mim dizer que o seu artigo é uma amálgama de juízos de valor muito pouco ajuizados e arrogância enfrascada em letras, disfarçado de jornalismo.

Se Coldplay para si é lixo, aguente, eu cá gosto desse cheirinho particular a lixeira.

É como Portugal: também dizem que é lixo, mas eu nasci cá e agradeço que não me chamem entulho.

Sem comentários: