É burrice tropeçar sempre na mesma pedra. E, no entanto, aqui estou, a cara no chão coberta de lama, os lábios com sabor acre do sangue e as mãos doridas do impacto. O chão já tem a marca do meu corpo, socalco humano que materializa a minha profunda incapacidade de crescer.
Hoje nem sei de que cor estava pintada ou com que adereços enfeitada, a eterna pedra no caminho. Sei apenas que haverá sempre uma nova e legítima razão para ignorá-lo, o seu contorno espiculado e vingativo, e uma vez mais arriscar caminhar em frente.
E logo depois o inevitável baque surdo.
Agora deixo-me ficar no chão argiloso, o meu corpo húmido de qualquer coisa, que não sei se é orvalho da madrugada ou se é o meu orgulho choroso, assim como assim a curtir o solo irregular, a rebolar de um lado para o outro para prolongar o castigo.
"Vê se aprendes de uma vez. Porra! Vê se aprendes!"
1 comentário:
You can. You will. And you won't.
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