Até amanhã

Luz vermelha do semáforo,
Beijo rápido antes da paragem final,
Curto pico de adrenalina
E o motor volta a romper o silêncio.

Gosto da estrada assim vazia,
Do contraste com este espaço cheio.
Do perfume familiar que envolve tudo
E que em escassos minutos
Dorme apenas nas mãos nostálgicas.

Gosto dos meus dedos nos teus,
Mesmo quando não se tocam
E apenas se imaginam com o fervor
Das coisas que quase se pertencem.

O vestido ondula quando saio, enfim
Sem testemunhas do beijo que já foi.
Repito os passos de outras noites
E adormeço os sentidos. Até amanhã.

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