Ser ou não ser?

Complexos. Nós, humanos, somos seres estupidamente e maravilhosamente complexos. Não controlamos quase nada e não sabemos praticamente nada sobre nós próprios. Andamos muitos de nós seis anos a aprender enciclopédias de informação sobre o nosso corpo, sobre o nosso funcionamento. Portanto as hormonas, as células, as enzimas, os anticorpos são meus no entanto se não lesse isso num livro nunca desconfiaria da sua existência. Para complementar esta complexidade somos tão profundamente rudimentares a controlar os nossos pensamentos e as nossas emoções.
Vivemos num carrosel labiríntico de biologia e psique, que surge de nós mas que no fundo ignoramos, num estranho paradoxo, por vezes cíclico, por vezes imprevisível. Meu Deus, olho para mim e vejo tão pouco daquilo que sou. Decido coisas que a minha própria mente não cumpre. Sinto coisas que a minha alma não suporta. E tantas vezes parece que o meu ser se projecta sobre os outros e sobre as coisas quando isso não pode ser possível porque a minha matéria é finita. Não quero estar triste, mas estou. Quero esquecer mas não consigo.
Como posso eu fazer parte de mim própria?

2 comentários:

Ana disse...

Felizmente, nós, humanos, seres estupidamente e maravilhosamente complexos, fazemos parte de um universo, também ele maravilhosamente complexo. Complementado pelo factor Tempo - tempo esse que, por vezes, é a única solução para a cura de alguns males, físicos ou não....

Jotomicron disse...

Aos poucos... num dia redescobres a escrita, no outro ouves os pássaros a chilrear e num terceiro atreves-te a tentar descobrir de onde vem a luz do dia!

E descobres um céu radioso e uma vida inteira que te espera, mesmo ali, à distância de um suspiro e uma renovada vontade de ser feliz =)